Conclusões retiradas do (re) encontro de Associadas no 20. Aniversário da UIPSSDB

Neste dia em que celebramos os 20 anos de existência da UIPSSDB, assinalamos a data com momentos importantes de reflexão sobre os novos desafios e também sobre a necessidade e a importância do conhecimento e da partilha.

Nas diversas intervenções que assistimos ficou clara a importância das IPSS na sociedade atual, ficou, acima de tudo, muito clara, a enorme capacidade com que responderam a uma situação de emergência súbita, sem aviso prévio, sem preparação, sem conhecimentos que pudessem sustentar o caminho a seguir e, ainda assim as IPSS’s, foram exemplares a lidar com a pandemia da doença COVID-19.

Levamos, em muitos casos, ao limite os nossos recursos financeiros e humanos, mas ainda assim não desistimos e ainda que, também tenha ficado claro nas diversas intervenções, estejamos algumas quase em colapso, não desistimos.

Ouvimos o presidente da CNIS – Pe. Lino Maia revelar que um Estudo sobre a importância Económica e Social das IPSS’s, que vai ser publicado, revela que mais de 50% das IPSS apresentam resultados negativos sistemáticos. Também o ouvimos dizer que no Pacto Social para a Solidariedade, que foi revisto em dezembro de 2021, depois de 25 anos de vigência e que já há 25 anos previa que o Estado comparticipasse nunca menos de 50% dos seus custos.

Mas a realidade é outra, atualmente, e de acordo com o mesmo estudo da CNIS, o Estado apenas comparticipa 38% dos custos. O Estado assumiu na revisão do pacto o compromisso de voltar a comparticipar os tais 50% dos custos mas não há sinais claros, aliás o que percebemos hoje também é que o Estado está a trabalhar na transferência de competências para os Municípios, não estando ainda nada claro.

Atualmente, depois do enorme desgaste de recursos resultantes da pandemia, que ainda não terminou e ainda obriga a procedimentos de segurança apertados e dispendiosos, estamos a viver um aumento quase descontrolado do custo de vida, a

começar pelos custos de combustíveis e bens essenciais e as ajudas do Estado não amentaram.

Apesar disso as IPSS, no meio das suas dificuldades, são responsáveis por 6% da empregabilidade nacional, há mais de 300 mil pessoas a trabalhar neste que é o terceiro setor, que gera 3% do Valor Bruto Acrescentado Nacional.

O que trouxe de bom a pandemia foi o reconhecimento legal dos trabalhadores do terceiro setor que foram equiparados aos serviços essenciais.

E que momento tão especial a oportunidade que tivemos de assistir a alguns testemunhos de IPSS que se têm destacado pelo bem-fazer. A Caritas Diocesana, a Fundação Betânia, a Santa Casa da Misericórdia de Bragança, o Centro Social Paroquial de Lagoaça, o Centro Social Paroquial do Santo Contestável e a APPACDM de Mirandela, são apenas exemplos que hoje aqui ouvimos e com os quais aprendemos.

Por fim não podíamos deixar de destacar o novo alerta que hoje nos foi deixado: A Cyber Segurança.

É uma nova realidade, não vai acontecer no futuro, acontece hoje e é mais uma área, alias uma área essencial, com a qual nos devemos preocupar previamente.

A principal missão da UIPPSDB é apoiar as associadas, temo-lo feito com poucos recursos e com muita vontade e dedicação, vamos continuar a faze-lo.

A área da formação, a capacitação dos técnicos e todos os colaboradores tem sido a nossa área de maior intervenção e vamos continuar a apostar no aumento das competências de todos os colaboradores das nossas associadas. Conhecimento é poder, nós queremos um setor a cada dia mais forte, mais poderoso, mais bem preparado e, juntos, vamos continuar a trabalhar nesse sentido.

Muito obrigado a todos quanto nos acompanharam neste (Re) encontro. E foram muitos os que quiseram marcar presença e reforçar a nossa força: 132 representantes de 43 IPSS Associadas e de 25 entidades parceiras e colaborantes.

Bem Hajam por nesta data tão especial terem marcado presença.

 

Bragança, 11 de maio de 2022

Juntos Somos Mais UNIÃO…

… Unidos Somos SOLIDARIEDADE.